24 de mar. de 2013

'Prazer em conhecê-la(o)'



Há uma caixa
guardada ou jogada
por aí, como quiser

Há uma porta
aberta ou fechada
por aí, como quiser

Não há nada em casa


Pessoas vazias
querendo tornar uma
rua cheia

Sem motivos para aonde ir
O sabor das lágrimas não é
doce e senti-lo parece estar
guardado ou jogado
por aí, como quiser

Dizem, dizem e
todos dizem
a mesma coisa
Peças de um quebra-cabeças
montado em um labirinto

Fios de cabelos perfumados
uma dor invisível
Os passos não são os mesmos
mas os lugares são de
uma história sem fim

O medo tomou conta
e não há mais medo hoje
Há um índice remissivo
nisso tudo que sobrou

Um efeito placebo continuado
Palavras, amores, demissões
atitudes, alucinações
Não há mais nada que por
dentro deixe machucado

Os preços aumentaram
mas continuam a valer nada
pois o barato ainda é
mais barato que o caro
que um dia foi quebrado
ou quebraram, como quiser

O vento existe em carne e osso
Uma maçã envenenada que seduz
sem paixão e mata sem perdão
Ingenuidade, de novo e de novo?

Da areia faz-se o vidro
que calor é esse?
Apenas nunca revelaram ou
não foi revelado, como quiser

Há uma caixa
guardada ou jogada
por aí, como quiser

Há uma porta
aberta ou fechada
por aí, como quiser

Yuri Thomazelli

18 de mar. de 2013

Epitáfio


Não há mais nada

a escrever
Tudo se foi como
a luz que abandona
a escuridão

Não parece ser a falta
do saber
As coisas ganharam
rótulos e ficaram
em vão

Eu queria poder voar

e ver

que sonhos vêm
que sonhos virão
e não se acabarão
que sonhos vêm
que sonhos virão
e não se acabarão
que sonhos vêm
que sonhos virão
e não se acabarão

Yuri Thomazelli