26 de mar. de 2014

Partido


Há uma melodia tocando no fundo da minha alma

o que ela transmite não transmite
E a noite as palavras se perdem no sono
O sonho e o pesadelo se cruzam

O mundo partiu enquanto decidi ficar
perdido e ao mesmo tempo acolhido
E durante o dia estou fora do aquário
Eu paro e todos os outros circulam

A quem estou querendo mentir
ao solitário ou ao apaixonado
Quem está com a razão
o cego ou o que finge ser

Não tenho horizonte para caçar
respostas perdidas nesse lugar
domesticamente selvagem
onde as regras nunca existiram

O sabor alquímico do álcool
Uma poesia para os acordes
de uma canção limitada de filosofia
na palma da minha mão

A quem estou mentindo
ao solitário ou a quem nunca existiu
Quem está com a razão
o cego ou quem finge ser

Por que palpita tanto enquanto estou em coma
Profundamente em busca de nada
Vagando por aí como um cego ou
fingindo ser normal nesse mercado

Pergunto-me ainda agora que melodia é essa
Sem perfume e sem tato e
sem 'normalidade' diante desse mundo
Devo ter negado a minha condição de animal.

A quem estou mentindo
ao solitário ou ao que finge ser
Quem está com a razão
o cego ou o apaixonado

Yuri Thomazelli

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