18 de jul. de 2010

Buraco Negro


Eu estava te esperando
mas você não veio
Como o pó no vento
você se dissolveu
Amém
Que assim seja

Desci no inferno
pra lutar contra
os meus próprios
erros desde quando
eu te deixei sem vida

Ainda que eu aguardasse
por um perdão seu
eu já imaginava que
jamais sentiria
o descanso das suas palavras

Deram-me o poder de hipnotizar
mas como todo encanto
há o seu desencanto
E a minha nova música logo te enjoou
mesmo depois de tudo você se livrou

Eu vi uma estrela no céu
e fiz o favor de mirar e acertá-la
E durante toda a noite choveu sangue
e durante toda a noite eu tentei atrasar o relógio
porque durante toda a noite eu me arrependi
Porque durante aquela noite eu não
deveria jamais te sentir

No meio do inferno
nada sinto, nada vivo
Perdido e sem perdão
Descanso no escuro da solidão
Os ecos dos teus sorrisos não me
deixam dormir
Aonde quer que eu vá eles estão

Numa noite no meu quarto
uma melodia tomava conta dos meus ouvidos
Senti algo tocar meus pes enquanto dormia
não era você, eram olhos negros
Do pecado que me perseguia desde o primeiro dia

Perdoar-me não te trará de volta
a sua alma pra sempre terá um buraco no peito
E se em alguma outra vida nos encontrarmos
você vai sentir na pele o meu mau
Não perca tempo
Não perca tempo...
Me mande direto pro inferno

Yuri Thomazelli

2 comentários:

  1. Me surpreendo sempre que venho por aqui...
    Vc sempre tão original,tão diferente...
    Este post foi bem obscuro,gótico...em entre linhas tb fala sobre tempo...da impotencia de tornar uma ação desfeita...é bem sombrio,mas suas palavras são sempre tão bem encaixadas que até no trágico há beleza!

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  2. Oiie! Nossa, você escreve muito bem! Gostei de verdade. Voltarei mais vezes, beijo!

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