23 de jun. de 2010

Crepúsculo (Originalmente por: Fiori d'autunno)


Não lhe restam mais forças para lutar
Se entregar? Talvez
Sentia que ia caindo gradativamente
declinando, declinando, declinando...
Mas ainda não se encontrava em uma posição horizontal

Ao seu redor, era como se o céu acompanhasse-lhe
o sofrimento e tingisse a sua ferida aberta como carne
vermelho que risca, corta e marca

Sombras pairam sobre a Terra para
carregar-lhe a alma que lhe resta e
com ela em mãos, passeiam por entre ruas
becos e labirintos
As sombras usam máscaras e
nunca mostram o seu rosto
apenas derrubam o seu inimigo
para sentirem-se poderosas por toda uma noite

Os minutos passam devagar para
que se chegue ao final da batalha
mas de forma rápida demais para se possa
ter alguma reação contra o inimigo

O silêncio da disputa é insuportável
não há gritos, nem lamentos, nem vibrações
Apenas uma voz calada envolvendo
os adversários e cobrindo-lhes
de mistério e de agonia

As cores da ferida vão mudando de tonalidade
como se estivessem a ser cozidas
tornam-se amareladas, púrpuras, amarronzadas...

Sombras pairam sobre a Terra para
carregar-lhe a alma que lhe resta e
com ela em mãos, passeiam por entre ruas
becos e labirintos
As sombras usam máscaras e
nunca mostram o seu rosto
apenas derrubam o seu inimigo
para sentirem-se poderosas por toda uma noite

E ele continua a cair, a ir flutuando
descendo até onde se possa enxergar
e de repente, pesa sobre o horizonte
É o fim, ele perdeu
Ficará sepultado no pico de alguma montanha
ou no fim de algum mar

Sombras pairam sobre a Terra para
carregar-lhe a alma que lhe resta e
com ela em mãos, passeiam por entre ruas
becos e labirintos
As sombras usam máscaras e
nunca mostram o seu rosto
apenas derrubam o seu inimigo
para sentirem-se poderosas por toda uma noite

(Postagem original: Fiori D'Autunno)
(Editado: Yuri Thomazelli)

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